Hoje acordei nostálgica. Me sentei na cama e comecei a relembrar de tempos antigos... velhos amigos, velhas músicas, velhos costumes. Me lembrei do tempo de namoro e de todas aquelas “primeiras vezes” que marcaram nossa história.

Olhando pra trás, percebo que não pode ter sido coincidência a forma como nossos passos foram guiados para perto um do outro. Como se nossos caminhos estivessem destinados a se cruzar um dia.

A verdade é que meu casamento me faz perceber a veracidade do Divino. Nossa história reflete a perfeição, o cuidado e a maestria de algo superior... algo tão complexo assim só pode ter vindo do céu.

Meu casamento é bem mais do que ter um companheiro pra vida toda. É perceber todos os dias, através do nosso amor, que há um amor maior entre nós. Um amor completamente genuíno, regido por Deus e envolvido por anjos.

E eu faço parte dele...

Confesso que às vezes me considero uma pessoa egoísta. E se tem algo que não pode ter espaço no casamento, é egoísmo.

Ao contrário de mim, meu marido não tem problemas com isso. Ele é a pessoa mais amável, compreensiva e solidária que eu já conheci. Portanto, cada vez que meu egoísmo fala mais alto e me leva a fazer algo estúpido, eu acabo me sentindo a pior pessoa do mundo.

O relacionamento a dois me levou a reconhecer muitas das minhas falhas. Mais do que isso, me levou a combatê-las. Cada vez que uma parte dispensável de minha personalidade insiste em aparecer, é uma luta imensa para fazer com que eu tome a atitude correta. O casamento me estimula a ser melhor, pois meu marido merece o melhor de mim.

Trabalhar para mudar uma parte de nós mesmos é uma tarefa árdua. Exige compromisso, dedicação e muita paciência. Tenho percebido isso diariamente. Percebi também que é muito mais fácil errar do que acertar.. mas isso não me faz desistir. Um ano inteiro me disponibiliza 365 dias. Se eu falhar em um, ainda tenho 364 pela frente. Eu acordo todos os dias e penso: “O que posso fazer para que ele se sinta especial?”. E assim, dia após dia, eu vou moldando minha personalidade, meus gestos e minhas atitudes, para fazer meu marido feliz. O mais incrível é que fui percebendo que fazendo isso, eu tenho me feito mais feliz também.

A verdadeira felicidade está em fazer o próximo feliz. E quando o próximo é o amor da sua vida, essa felicidade se triplica. Por esse motivo, eu sou grata não apenas pelos dias bons. Mas também por aqueles em que parece que nada está dando certo. Pois esses dias me lembram que eu estou viva, que ainda tenho milhões de traços de minha personalidade que eu preciso moldar e que, principalmente, mesmo com tantos erros, tenho alguém especial que me ama e acredita em mim. Por ele, tudo vale a pena.

Minha vida tem se mostrado uma verdadeira caixinha de surpresas. Eu e meu marido (tão sonhador quanto eu) temos inúmeros projetos e sonhos… e estamos lutando para torná-los reais. Para isso, precisaremos entrar numa jornada de mudanças. Mudar de casa, de emprego e até mesmo de cidade.. essa é a realidade que nos aguarda nos próximos meses.

Já estamos de malas prontas para uma fase de transição que, segundo muitos, é pura loucura. A meu ver, loucura é sonhar e deixar os sonhos se dissiparem por nunca terem tido a chance de serem realizados. Loucura é desejar algo e não mover um dedo sequer para alcançá-lo.

Creio que a melhor parte de sonhar é ter com quem compartilhar. Ter meu marido ao meu lado em meio a toda essa “loucura”, é como ter um ponto de refúgio. Ele é meu lugar secreto, para onde posso recorrer quando tudo vira uma bagunça e a necessidade de me aninhar em um colo quentinho se torna gigantesca. Na verdade, ele é o motivo pelo qual me sinto corajosa em meio a tudo isso, pois não importa o que a vida trará, estaremos juntos para enfrentar e aprender a superar cada obstáculo.

E quanto à nossa próxima mudança? Será apenas mais um detalhe de nossa história. Apenas uma pequena fase de transição (com algumas surpresas, talvez), que nos levará direto a realização de uma cambada de sonhos. Estamos prontos!

Me orgulho muito em dizer que meu marido foi meu primeiro namorado. Quando nos conhecemos eu tinha apenas 14 anos e, ao vê-lo, me apaixonei no mesmo instante! Como toda adolescente, passei o restinho do dia inteiro com a imagem dele na cabeça. Me lembro que naquela noite antes de dormir, conversei sobre ele com Deus. Contei que estava apaixonada, que não sabia se ele era a pessoa certa mas que eu gostaria muito que fosse. Ainda me lembro dessa oração como se fosse hoje.

Acho incrível pensar que aquela sensação que tive quando o vi pela primeira vez é a mesma que sinto cada vez que ouço os passos dele anunciando que está chegando do trabalho ou quando olha para mim com o sorriso doce que só ele sabe dar. É maravilhoso perceber Deus em cada detalhe da nossa história, conduzindo nossos caminhos para que se encontrassem no tempo ideal. Quando paro para pensar em tudo isso, sinto uma gratidão tão profunda que mal cabe dentro de mim, que me faz desejar gritar para os quatro ventos o quanto sou feliz por pertencer a meu marido e a meu Deus.

Ao contrário do que muitos dizem ou imaginam, casamento não é uma prisão. Na verdade, ele nos liberta. Claro que eu já era feliz antes de conhecer meu marido, afinal, tenho os melhores pais do mundo e sempre amei viver com eles. Mas quando a gente encontra aquela pessoa especial, a felicidade é tanta, que transborda. E não há nada melhor do que ter alguém para transbordar junto com você.

“Todos deveriam ter a chance de se apaixonar pelo menos uma vez na vida”.* Li essa frase hoje num livro e ela não podia ser mais verdadeira. Se apaixonar por alguém é uma das sensações mais mágicas que podemos sentir durante nossa curta estadia aqui na Terra. No meu caso, é duplamente mágica, pois me apaixono pela mesma pessoa a cada amanhecer.

Agora, antes de dormir, minha oração é um pouco diferente. Agradeço a Deus pela dádiva de ter alguém para amar e que me faça sentir amada, e peço que esse sentimento tão genuíno alcance cada casal e que transforme cada família. Afinal, como já dizia Paulo, “...existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor;”**

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*A vida secreta das abelhas - Sue Monk Kidd

**1º Coríntios 13:13

Tanto eu como meu marido trabalhamos fora o dia todo. Apesar de trabalharmos praticamente de frente um para o outro e de nossos horários serem bem parecidos, nossas folgas nem sempre coincidem, portanto, quando acontece de folgarmos juntos, é sempre motivo de muita alegria.

Esta semana tivemos a primeira folga juntos do mês! Foi um dia maravilhoso, com direito a cinema, chocolate, jogos, salgadinhos, fotografias, etc. Nos divertimos tanto que no final do dia estávamos mais cansados do que num dia de trabalho.

No dia seguinte pela manhã, fiquei relembrando o quão divertido é passar tempo com ele e em como isso nos faz sentir felizes e completos. Pensei também nos inúmeros casais que encontramos naquele dia. Muitos deles sérios, focados em seus celulares, desfrutando de refeições sem trocar palavras um com o outro e com olhares tão perdidos como se desejassem estar em qualquer outro lugar. Fiquei imaginando o porquê disso acontecer. Por que alguns casais se tornam tão frios assim.

Foi então que percebi que a resposta é bem simples: eles não são amigos. Talvez até já tenham sido um dia, mas a rotina e os problemas da vida a dois acabaram separando-os de tal forma, que não vêm mais um ao outro como a melhor pessoa do mundo. Não pensam no cônjuge como aquela pessoa especial para dividir cada momento da vida, para passar um dia fazendo várias coisas até cansar ou simplesmente deitar juntos num sofá e ficar horas sem fazer nada.

Casamento é amizade. É ter o melhor amigo e o melhor amante numa pessoa só. É compartilhar segredos sem medo de ser julgado, é confiar e se entregar de olhos fechados. Casamento é não temer o amanhã por saber que o amor da sua vida estará lá com você, de mãos dadas, pronto para te acompanhar nessa longa jornada da vida a dois, superando todos os obstáculos, desfrutando de cada momento agradável e, principalmente, fazendo com que os dias transbordem de amor.

Apesar de ainda não estar casada há muito tempo, é interessante observar a quantidade de coisas que já aprendi nesse período. Me recordo que, nos nossos primeiros meses juntos, as vezes surgiam algumas discussões que poderiam ter sido evitadas se tivéssemos conversado anteriormente sobre o assunto. Um dos principais fatores que geraram discussões desagradáveis, foi a TPM.

Por ter dificuldade em conversar sobre meus sentimentos, eu não costumava dizer a meu marido que estava entrando naquela época do mês. Eu percebia que estava mudando, ficando sensível e estressada por motivos bobos e sabia que isso acontecia devido à TPM, mas quando pensava em falar sobre o assunto, era como se algo me travasse e me impedisse de pronunciar qualquer palavra. Por esse motivo, cada vez que me irritava com ele por algo pateta, ele ficava sem entender o que estava acontecendo e acabávamos brigando.

Percebi então que só havia uma saída: nós precisávamos conversar. Por mais que eu achasse difícil expressar como me sentia, me sentei com meu marido e tentei ser o mais precisa possível. Expliquei as mudanças que acontecem comigo nessa época do mês e como é difícil controlar meus sentimentos. Como eu passo de um estado de tristeza para irritação numa fração de segundos e como eu luto para controlar isso todos os meses, pois sinto que me transformo numa pessoa completamente diferente de quem eu realmente sou. E o mais incrível: ele me entendeu! E ficou muito feliz em perceber que não era algo que eu fazia voluntariamente. Combinamos então que, todos os meses, quando eu percebesse que estava entrando na tal época, deveria comunicá-lo, para que, caso eu começasse a agir de forma estranha, ele pudesse saber o motivo. Sendo assim, mensalmente, quando percebo que o pior de mim está aflorando, aproximo-me de meu marido e digo exatamente o que está acontecendo.

O problema de muitas mulheres é que insistem em tratar a TPM como se ela não existisse. Acredite em mim, ela não vai embora se você a ignorar! É importante não apenas enfrentar os problemas, mas também dialogar sobre eles. Seu marido não tem bola de cristal e, se você não disser que tem algo de errado, ele vai achar que o problema é com ele. Então, jogue as cartas na mesa, enfrente seus problemas e seja sempre sincera. Não apenas com você, mas também com seu cônjuge. Afinal, ele é seu melhor amigo e tenho certeza de que está ansioso para lutar com você em qualquer batalha. Mesmo as que acontecem internamente.

Normalmente, quando sou questionada quanto ao tempo em que eu e meu marido estamos juntos, as pessoas me olham com um misto de susto e admiração, enquanto dizem frases como “mas vocês são tão novos” e “ainda parecem um casal de namorados”.

É triste perceber que num mundo onde ouvimos falar diariamente de divórcio, morte, tragédias e destruição, uma história de amor em que o casal esteja junto há certo tempo e continuam apaixonados um pelo outro, é visto como estranho e incomum. Isso me faz perceber como os valores têm se perdido. Como as pessoas têm deixado de dar importância ao que merece ser valorizado para, muitas vezes, buscar por algo desnecessário e efêmero.

Não é estranho ser casado e ser feliz. Não é estranho amar a esposa, amar o marido e se dedicar à família. Estranho é inverter os valores. É colocar por último o que devia estar em primeiro.  É procurar na rua pelo que já se tem em casa. É abrir mão do certo pelo incerto.

Nosso planeta está em falta de pessoas corajosas. Pessoas que lutam pela família, que não abrem mão do que é precioso. Que passam à frente princípios que são tão básicos, mas que nossa geração insiste em negligenciar e deixar em segundo plano.

Precisamos colocar em prática a política do menos: brigar menos, se irritar menos, murmurar menos, discutir menos, atacar menos. Será que é tão difícil perceber que só quando aprendermos a ser menos é que seremos mais?